Em vários projetos de modernidade artística são fecundas e plurais as discussões sobre estética e ideologia. Arte e Política no Brasil: Modernidades, que a editora Perspectiva apresenta ao público leitor, fundamenta-se no fato de que o próprio discurso artístico pode, ou deve, ser entendido como um tipo de discurso político, numa compreensão ampliada que abarcaria três possibilidades iniciais: *a arte enquanto engajamento, nas suas mais variadas formas e matizes, da resistência cultural à política da linguagem; *a dinâmica social da arte, aí incluídas as suas principais instituições de legitimação, como a crítica, o mercado, o museu, a indústria fonográfica, os selos editoriais etc.; *a política cultural defendida e eventualmente posta em prática pelos organismos políticos institucionalizados, seja no Estado, nos partidos ou nos movimentos intelectuais. Esses diversos rumos que os processos em exame podem tomar, conduzem a reflexão a seu propósito para a dimensão política da arte, na medida em que, inegavelmente, todo o fazer artístico é histórico, ou seja, está em relação íntima com seu tempo e com as condições de sua produção e circulação.
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